21 abril 2015

Decoração de papel


Recentemente, visitei uma exposição em que os artistas usaram materiais do dia a dia para compor suas obras. A "Ciclo: criar com o que temos - 2ª edição", que estava em cartaz até ontem, 20 de abril, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, reunia trabalhos de 15 artistas de diversos países e de diferentes gerações. A exposição propunha uma reflexão sobre "aquilo que parece ser sempre o mesmo". Materiais como câmaras de pneus, palitos de dente, armas, doces, veículos e até mesmo lixo foram ressignificados. E uma proposta de novas atitudes em relação à arte foi colocada em questão.

Mas você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com scrapbook ou decoração de papel. Toda essa contextualização é para que você possa entender minha postura atual no que diz respeito à produção manual/artesanal, que é exatamente "criar com o que temos". Lembro que a minha fase mais criativa no scrapbook foi bem no início, quando eu não tinha tantos recursos (furadores, papéis, carimbos, etc) e precisava inventar soluções para os projetos usando apenas o que eu tinha. Foi uma fase bastante produtiva e criativa.

Desta forma, em todo novo projeto, a aquisição de novos materiais só acontece em último caso, quando realmente não encontro no meu ateliê os recursos mais adequados para realizá-lo. 

Ano passado, convidei amigos e familiares para comemorar a realização de um projeto profissional e queria que cada um levasse uma lembrança daquele momento. Então, preparei luminárias de papel, usando papéis decorados, taça de vidro e velas. Como vocês já devem saber, prefiro lembranças com alguma utilidade.

A produção foi bem simples. Baixei o molde da cúpula, imprimi em papéis de scrapbook, recortei, montei e coloquei sobre as taças. A mensagem foi inspirada neste pin. A decoração ficou minimalista e dizia muito sobre minhas atitudes e escolhas. Porque eu acredito em um ensino de Arte que seja capaz de "Refletir sobre os problemas socioeconômicos e ambientais no simples ato "do fazer com as mãos"."


 E você, já pensou sobre isso?

Um comentário:

  1. Oi Samara,
    tive também a oportunidade de visitar a exposição e sem dúvida ela provocou em mim reflexões sobre a relação que tenho com o que consumo.
    Seu texto elucida a dinâmica da exposição e de como podemos extrair dela uma nova forma de lidar com o que temos e desejamos ter.
    Ah ! e você sabe, inspirada em sua ideia também usei as cúpulas como lembrança em um momento família e é claro sucesso total. bjs amiga

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